Graça Graúna, mais do que uma escritora, é uma costureira de vidas e emoções. Sua escrita tece uma teia de afetos, um emaranhado que abraça o tempo e o espaço. Herdeira do talento para a costura literal, ela entrega-se a esse ofício, não fugindo das brisas do vento ou das canções dos pássaros, criando uma sinfonia de imagens e sons, enraizada na tradição das literaturas indígenas, uma poesia ancestral e descolonizadora. Neste episódio, aprendemos sobre sua origem no Agreste do Rio Grande do Norte e como suas experiências, família e raízes indígenas são a matéria-prima de suas obras. Graça Graúna ressalta a importância da literatura indígena, que não é mera folclore, mas sim um resgate e uma atualização das culturas e memórias dos povos originários. Seu trabalho como escritora e crítica literária cria uma ponte entre a oralidade e a escrita indígena, enriquecendo o cenário literário brasileiro com uma verdadeira pluralidade cultural e étnico-racial. Além disso, ela compartilha duas de suas obras poéticas: "Tear da Palavra" e "Flor da Mata", que capturam a essência do momento, da transitoriedade do sentimento e da beleza do cotidiano. Para ela, a escrita poética é um refúgio, um lugar onde seus ancestrais maternos e paternos se tornam suas maiores inspirações.