No episódio de hoje, o nosso convidado Saul Mendez, comunicólogo da IFBA, faz um panorama geral do cinema japonês, de sua forte base imagética, tradição vinda do teatro e das fantasmagorias, até chegar no que chamamos aqui de cinema contemporâneo japonês. Abordando temáticas mais modernas e, de certa forma, mais próximas ao Ocidente, essa nova geração de cineastas, que tem seu primeiro embrião na nouvelle vague japonesa, abandona as clássicas temáticas épicas e sobrenaturais - justamente as procuradas pelo público ocidental - que constituíram a base do cinema japonês, como os filmes de fantasma e os de samurais. Essa particular relação com o Ocidente, que oscila entre a rejeição total em prol do protecionismo das tradições e uma vontade de diálogo e troca cultural, também é algo que influenciou (e influencia até hoje) na forma de como a grande indústria cinematográfica nipônica se consolidou, sabendo diferenciar exatamente, entre suas produções, quais filmes são para festivais e quais são os “pipocas” destinados ao público interno.