E o Partiu conheceu Leopoldina, uma das cidades mais importantes da Zona da Mata mineira. Essa cidade acolhedora, de ruas estreitas e cheia de colinas é formada por 6 distritos. E a nossa visita começou pelo distrito de Piacatuba, um lugar super charmoso de arquitetura colonial. Em Piacatuba a religiosidade do povo deu origem a várias lendas e casos, até de milagres! Conta a história popular que, no dia 23 de agosto de 1844, cumprindo uma promessa feita a Nossa Senhora da Piedade, o Capitão Domingos de Oliveira Alves doou uma porção de terras onde deveria ser instalada uma povoação que receberia o nome daquela padroeira. Para demarcar a área ele mandou erguer uma cruz de madeira-de-lei – tapinoã. Entretanto, outro fazendeiro reivindicava a posse daquela terra. Gerou-se, então, o conflito que deu origem ao conhecido episódio da CRUZ QUEIMADA que, de acordo com a crônica oral popular, teria sido profanada. Mas a cruz teria resistido às escavações, aos machados e ao fogo e, por isso, vem sendo cultuada através das gerações. A Cruz de N. Sra. da Piedade resistiu às chamas e, hoje, é denominada “Cruz Queimada de Piacatuba”, que atrai milhares de devotos e peregrinos que vão render-lhe homenagens e pedir-lhe proteção, além de agradecer-lhe as graças alcançadas. Depois de conhecer o famoso distrito de Piacatuba, e fazer uma oração para a Cruz Queimada de Nossa Senhora da Piedade, visitamos a Exposição Agropecuária de Leopoldina, que é considerada a maior Exposição da Zona da Mata Mineira. Depois de 2 anos suspensa por causa da pandemia de Covid, em 2022 a exposição retornou em sua 84 edição! Leopoldina é uma cidade charmosa, pacata,muito tranquila…talvez por isso tenha sido escolhida como moradia por um dos poetas mais intrigantes da literatura brasileira: Augusto dos Anjos. E em homenagem ao poeta, morador mais ilustre da história de Leopoldina, foi criado o primeiro roteiro turístico urbano da cidade: O Caminhos de Augusto, que a gente também conheceu! Ao todo são 10 pontos visitados, a iniciar pelo Túmulo do estimado poeta Augusto dos Anjos, no Cemitério da cidade, até os edifícios culturais da Praça Félix Martins. O percurso visa realizar um passeio cultural na cidade, e promover a difusão patrimonial e histórica, com a possibilidade de conhecer um pouco mais sobre o trabalho do poeta. Augusto dos Anjos é considerado o mais sombrio dos poetas brasileiros, mas também o mais original. Sua obra poética, composta por apenas um livro de poemas, não se encaixa em nenhuma escola literária, mesclando termos filosóficos embebidos em puro pessimismo e vocabulário científico, que raramente seriam encontrados em textos poéticos. Em junho de 1914, mudou-se para Leopoldina (MG), assumindo o cargo de diretor de um grupo escolar na cidade, que também visitamos, mas uma pneumonia dupla interrompeu a trajetória do poeta, que faleceu com apenas 30 anos, em 12 de novembro de 1914.