No programa desta semana, convidamos a professora Ana Lúcia Andrade, o também professor e crítico de cinema Fábio Feldman, para falar sobre o gênio incompreendido Orson Welles. O programa também conta com comentários de Rubens Ewald Filho sobre o diretor para o programa Agenda, retiradas do nosso acervo Rede Minas. Orson Welles facilmente foi um dos cineastas que mais influenciou outros artistas da área do cinema até hoje e se você não está reconhecendo o nome, talvez o nome de sua obra prima te faça lembrar de algo, Cidadão Kane (1941) foi já no início de sua carreira sua obra maestra. Entretanto, por mais que o começo tenha sido promissor, a carreira do diretor entrou em franco declínio, muito pelas crenças e expectativas que o cineasta tinha sobre o cinema. Ele não estava preocupado que o cinema gerasse grandes reflexões assim como o teatro Shakespeariano. Para Orson o cinema deveria ser mais que só entretenimento, ele deveria ter uma função, como o teatro, tendo um texto profundo que provocasse uma reflexão no espectador. Ele não gostava de temas tradicionais como de heróis com quem o público se envolve e torce. O diretor propunha montagens mais significativas além de pontos de vista diferentes. Adorado pelos cinéfilos e não pelo grande público, Hollywood não se interessava pelo lucro e não pelas ideias do artista. Assim, depois do lançamento de sua obra prima, ele não conseguiu fazer outro filme com total liberdade. Muito inspirado no teatro, e mais especificamente em Shakespeare, principalmente pela densidade dos textos e sua sofisticação, além dos temas trabalhados. Entretanto, por mais que ele se espelhasse em Shakespeare, ele se entristecia ao perceber que não conseguia fazer o mesmo que o autor, principalmente por não conseguir a mesma recepção no cinema que o escritor conseguiu no teatro.